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A Semana em 5 minutos

Atualizado: 6 de jul.

sexta-feira, 26 de abril de 2024




Brasil – Indicadores econômicos

O boletim Focus desta semana refletiu as mudanças nas metas fiscais anunciadas recentemente. A estimativa para o IPCA deste ano teve um leve aumento, passando de 3,71% para 3,73%. No entanto, o destaque foi a expectativa para a taxa Selic em dezembro, que sofreu uma elevação significativa de 9,13% para 9,50%. Essa alta semanal robusta sinaliza que a projeção anterior de uma Selic de apenas um dígito, antes tida como certa, agora gera dúvidas. Por outro lado, a boa notícia veio da estimativa de crescimento do PIB, que subiu de 1,95% para 2,02%.

Quanto ao IPCA-15 de abril, a prévia da inflação oficial, houve uma desaceleração maior do que a esperada. Enquanto a prévia de março registrou uma inflação de 0,36%, em abril os preços avançaram somente 0,21%, ficando abaixo até mesmo da estimativa de 0,29%. Esta é uma excelente notícia, e com isso, o IPCA-15 acumulado em 12 meses diminuiu de 4,14% para 3,77%.


EUA

Os indicadores econômicos divulgados nesta semana revelaram uma economia que desacelera em atividade, mas não em inflação. O Índice de Gerentes de Compras (PMI) de manufatura, apurado pelo S&P Global, mostrou uma retração inesperada, caindo de 51,9 em março para 49,9 em abril, enquanto o mercado previa um aumento para 52. O PMI de serviços também apresentou uma queda inesperada, descendo de 51,7 para 50,9, apesar de se manter em terreno expansionista (acima de 50). Aqui, novamente, o mercado esperava um aumento para 52.

O PIB americano trouxe decepção ao exibir uma forte desaceleração neste trimestre, crescendo apenas 1,6% (anualizado), após o crescimento de 3,4% no último trimestre de 2023. As expectativas do mercado giravam em torno de um aumento de +2,5%. Esse arrefecimento da atividade seria benéfico para a inflação; contudo, o Índice de Gastos Pessoais (PCE) do primeiro trimestre mostrou uma inflação anualizada de 3,7%, acima da previsão de 3,4% e bem superior ao PCE do último trimestre de 2023, que foi de 2%. A desaceleração na atividade não foi acompanhada por uma redução correspondente na inflação, o que acende um sinal de alerta.

O Índice de Gastos Pessoais (PCE) oficial de março, divulgado hoje, indicou que a inflação se manteve estável no mês, com um aumento de 0,30% tanto para o índice geral quanto para o núcleo. No acumulado de 12 meses, o núcleo da inflação cresce 2,80%.

Os PMIs, o PIB e o PCE mencionados acima pintam um quadro de uma economia que esfria na atividade, mas não na inflação. O cenário atual sugere uma inflação persistente, que pode impedir o FED de iniciar o ciclo de redução dos juros, conforme era esperado, mesmo diante dos recentes indicativos de enfraquecimento da atividade econômica.

De acordo com uma pesquisa da Bloomberg com operadores de swap, as expectativas para o primeiro corte de juros foram postergadas para dezembro. Isso representa uma mudança significativa, já que em janeiro a previsão era de seis cortes de 25 pontos-base, que agora se resumem a apenas 33 pontos-base para todo o ano de 2024. Esse corte médio de 33 pontos-base sinaliza uma redução entre 0,25% e 0,50% na taxa básica de juros.

NTN-B 2024 ou Tesouro IPCA+2045

O gráfico ilustra a taxa de remuneração do Tesouro IPCA+2045, que oferece a variação do IPCA mais uma taxa fixa até o vencimento em 2045. Quanto maior essa taxa, maior será a remuneração do título, caso seja mantido até o vencimento. No entanto, um aumento na taxa resulta em um desconto proporcional no preço atual do título. Devido ao longo prazo de vencimento, qualquer incremento na taxa deve ser capitalizado anualmente até 2045 e refletido no preço atual. Isso faz com que os investidores desse título experimentem volatilidade (variações de preço) muito parecidas com as do Ibovespa. Com a crescente preocupação sobre o risco fiscal este ano, grandes investidores começaram a vender esse título, o que reduz seu preço e eleva a taxa de juros somada ao IPCA. Recentemente, essa taxa superou a marca psicológica de 6%, o que indica duas coisas: 1) um risco maior percebido pelos investidores e a possibilidade de o governo não honrar esse título; 2) uma oportunidade de ganho comparável à renda variável, mas em renda fixa, considerando que, desde a implementação do Plano Real, o governo não deixou de pagar esses títulos e os detentores beneficiaram-se de grandes ganhos quando o cenário econômico melhorou e as taxas se estabilizaram em patamares menores.



Os mercados




A recuperação parcial do mercado brasileiro após a queda da semana passada reflete um cenário otimista, com o ibovespa em alta e uma queda tanto no valor do dólar quanto nas taxas dos juros futuros (DIs). Nos Estados Unidos, a situação é um pouco diferente, com os juros dos títulos do Tesouro (treasuries) apresentando uma elevação moderada. No entanto, o mercado acionário americano teve uma semana positiva, impulsionado principalmente pelos resultados trimestrais favoráveis das empresas de tecnologia, que contribuíram para o rally de alta.

Enquanto no Brasil a confiança parece estar se restaurando, nos EUA, os resultados das empresas de tecnologia parecem ter aliviado preocupações recentes com a inflação, levando a um aumento no apetite por risco e, consequentemente, a uma alta nas ações.


Bolsas

O Ibovespa deve encerrar a semana em alta de 1,3%, mas segue negativo em 5,5% no ano. O S&P500 ganha 2,8% nesta semana e acumula uma alta de 7% em 2024.


Dólar

Após a valorização da semana passada, o Dólar recua quase 2% para R$ 5,11. No ano, a moeda americana se valoriza +5,4%.


Juros

O DI janeiro 26 recuou 10 pontos-base nesta semana, para 10,45%. Os contratos futuros de DIs, assim como os juros das NTN-Bs seguem pressionados com a persistente incerteza fiscal, apesar da inflação controlada.




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