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A semana em 5 minutos

  • joaobourdon8
  • 25 de abr.
  • 4 min de leitura

“Os EUA são mais do que uma nação – são uma marca universal. E


nós estamos erodindo essa marca.” - Ken Griffin - Gestor da Citadel

EUA

A postura do presidente norte-americano tem causado preocupação — não apenas pelo viés nacionalista e protecionista, mas também pelo aparente desprezo ao livre-comércio e ao capitalismo de mercado. Até mesmo a independência do Federal Reserve foi colocada em xeque, com Trump ameaçando demitir Jerome Powell do cargo.

Na terça-feira, no entanto, o presidente recuou e descartou qualquer interferência na política monetária do Fed. O secretário do Tesouro, Bessent, contribuiu para acalmar os ânimos ao afirmar que “América em primeiro lugar não significa América sozinha”. Além disso, reconheceu que as tarifas sobre produtos chineses são inviáveis, sinalizando que deverão ser drasticamente reduzidas. Essas declarações trouxeram alívio aos mercados, apesar de Trump ter voltado a criticar os juros americanos e reforçado que não há mudanças previstas em relação às tarifas impostas à China.

Nos Estados Unidos, os pedidos de bens duráveis da indústria, que haviam crescido 0,7% em fevereiro, tinham previsão de desaceleração para 0,3% em março. No entanto, o resultado veio estável (0,0%), refletindo a retração nos investimentos diante do cenário de guerra comercial.

Brasil

Em meio a esse cenário de incerteza, observa-se uma saída de capital dos Estados Unidos em direção a ambientes considerados mais favoráveis. O Brasil, apesar do risco fiscal, vem se beneficiando desse movimento: o Ibovespa opera em alta, enquanto os juros e o dólar apresentam queda.

O IPCA-15 veio em linha com as expectativas: inflação de 0,43% em abril, elevando o acumulado em 12 meses de 5,26% para 5,49%. Para preocupação do governo, o item “alimentos e bebidas” voltou a acelerar, passando de 1,25% em março para 1,29% em abril.

O esquema de corrupção no INSS, que cobrava indevidamente contribuições sindicais de aposentados sem autorização, atingiu diretamente o governo. O Palácio do Planalto foi rápido em afirmar que, segundo o TCU, o esquema teve início no governo Bolsonaro. No entanto, não explicou por que a média dos desvios, que somava R$ 600 milhões anuais na gestão anterior, saltou para R$ 1,3 bilhão em 2023 e alcançou R$ 2,8 bilhões em 2024. Um dado sensível é que o irmão do presidente ocupava o cargo de vice-presidente em um dos sindicatos envolvidos, o Sindnapi.

Juros Brasil

O Brasil, apesar do risco fiscal, vem se beneficiando desse movimento: o Ibovespa opera em alta, enquanto os juros e o dólar apresentam queda.

Juros EUA

Apesar de Trump ter voltado a criticar os juros americanos, ele descartou qualquer interferência na política monetária do Fed. Mesmo assim, as críticas reforçam o clima de incerteza no mercado em relação à condução da política monetária nos Estados Unidos.

Mercados Globais

A semana começou com o feriado de Tiradentes no Brasil, mas com fortes quedas nas bolsas internacionais, indicando mais uma semana difícil para os ativos de risco.

Essas declarações trouxeram alívio aos mercados, apesar de Trump ter voltado a criticar os juros americanos e reforçado que não há mudanças previstas em relação às tarifas impostas à China.

O bom resultado trimestral divulgado pela Alphabet (Google) injetou otimismo nos investidores e impulsionou outros papéis do setor de tecnologia, que vinham acumulando fortes quedas nos últimos dias. Até o momento, 26% das empresas do S&P 500 já divulgaram seus resultados, e 80% superaram as estimativas de lucro — um sinal bastante positivo.

No entanto, o ambiente de incerteza política continua pesando sobre os preços e enfraquecendo a convicção dos investidores. As altas recentes parecem pontuais, funcionando mais como um alívio técnico após as quedas acentuadas do período anterior.



ree

Conforme mencionado anteriormente, os ativos brasileiros têm se beneficiado do ambiente de instabilidade nos Estados Unidos. Nesta semana, o Ibovespa acumula alta de 3,8%, ampliando o ganho no ano para 11,8%. Já o IFIX sobe 1,6% na semana e registra valorização de 8,7% nos primeiros quatro meses de 2025. O dólar recua 2,2%, sendo cotado a R$ 5,68, e acumula queda de 8,1% no ano. O DI para janeiro de 2027 recuou 38 pontos-base, voltando a ser negociado abaixo dos 14%, em 13,83%.


Nos Estados Unidos, o S&P 500 ensaiou uma recuperação após o tom mais moderado de Trump em relação a Powell e as declarações de Bessent sobre as tarifas. O índice subiu 4,3% na semana, mas ainda acumula queda de 6,4% no ano. O ouro, que chegou a atingir US$ 3.500 por onça no auge do estresse do  mercado, recuou e encerra a semana com queda de 1,1%, cotado a US$ 3.327. No acumulado do ano, o metal ainda apresenta alta expressiva de 25%. O dólar vem perdendo prestígio e força diante de moedas de países desenvolvidos. Neste ano, pela cotação do DXY, a moeda americana perde 8,1% de valor. 


Comentário Final

Sob o risco de soar repetitivo, se há alguma certeza nos mercados hoje, é a de que qualquer tipo de planejamento se tornou inviável diante das constantes idas e vindas de Trump. Analistas financeiros têm dificuldade até mesmo para projetar investimentos de curto prazo, dada a completa ausência de clareza no horizonte.


O mercado já compreendeu que o que Trump diz muitas vezes não se concretiza — mas o que antes poderia ser interpretado como uma estratégia de barganha passou a assumir proporções preocupantes. Alianças e acordos de cooperação estão sendo desfeitos, e é difícil imaginar que esse cenário trará benefícios aos Estados Unidos.


Até a próxima semana! 


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