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A semana em 5 minutos

  • joaobourdon8
  • 3 de out.
  • 3 min de leitura
“Evitar um problema é a melhor maneira de resolvê-lo” - Italo Eduardo

Após algumas semanas em que o mercado brasileiro vinha apresentando desempenho superior ao de seus pares internacionais, esta semana foi marcada por perdas, sem que houvesse um fator específico capaz de explicar claramente tal movimento.


Brasil – Política

O governo obteve uma vitória significativa ao conseguir, por unanimidade no Congresso, a aprovação do projeto de lei que isenta do IR as rendas mensais de até R$ 5.000,00. Trata-se de uma promessa de campanha de Lula, que tende a reforçar sua popularidade. Em contrapartida, o governo abrirá mão de R$ 25,8 bilhões por ano, valor que pretende compensar com a taxação de 10% sobre rendas e dividendos acima de R$ 50 mil mensais, entre outras medidas.


O ministro Fernando Haddad também defendeu a ideia de “tarifa zero” para ônibus urbanos, estimada em R$ 60 bilhões por ano. O governo não demonstra preocupação com o crescente desequilíbrio fiscal, que avança em ritmo alarmante.


Após a interação de Lula com Donald Trump na Assembleia da ONU, a aprovação do governo voltou a subir: o índice de aprovação alcançou 44%, enquanto a desaprovação recuou para 51%. Já Tarcísio de Freitas anunciou que não concorrerá à Presidência em 2026, concentrando-se na reeleição ao governo de São Paulo.


Brasil – Indicadores Econômicos

O Caged registrou a criação de 147 mil vagas de emprego em agosto, abaixo das expectativas de 160 mil. Esse enfraquecimento na geração de postos reflete os efeitos do aperto monetário do Banco Central. Ainda assim, a taxa de desemprego permanece em 5,6%, mínima histórica.


O resultado primário consolidado do setor público foi deficitário em R$ 17,3 bilhões em agosto, sem incluir os juros da dívida, que somaram R$ 74,3 bilhões no mês. Trata-se do menor déficit para o mês de agosto sob o governo Lula, mas ainda insuficiente para conter o avanço da dívida pública. Vale destacar que R$ 89,9 bilhões em despesas foram excluídos da contabilidade por meio de seis medidas excepcionais aprovadas pelo Congresso entre 2024 e 2025.


As despesas continuam em trajetória ascendente, sem solução estrutural à vista, e o déficit nominal já equivale a 8% do PIB. Isso deve elevar a dívida bruta, que estava em 71,7% do PIB no início do atual governo, para 82,7% em 2026. Em agosto, a dívida pública chegou a R$ 8,145 trilhões, crescimento de 2,45% em relação a julho. O gasto público federal aumentou 9% acima da inflação entre 2014 e 2022 mas, no atual governo, já acumula alta de 17%. Entre analistas, há consenso de que uma reforma estrutural, ainda que impopular, nas despesas obrigatórias será inevitável em 2027, para evitar um colapso das contas públicas.


Estados Unidos

Este é o quarto episódio de paralisação (shutdown) do governo americano desde 2013, todos de curta duração e com impacto limitado sobre a atividade econômica. O principal destaque da semana foi a divulgação do relatório ADP de setembro, que mostrou, pelo segundo mês consecutivo, fechamento de vagas no setor privado: 32 mil postos foram eliminados, enquanto o mercado projetava a criação de 52 mil.


Com isso, as apostas em um novo corte de juros pelo Federal Reserve, já em outubro, se consolidaram, impulsionando as bolsas americanas. O payroll, principal indicador do mercado de trabalho, não foi divulgado em razão do shutdown, deixando o FED sem dados cruciais para avaliar a real situação do emprego nos EUA.

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Fechamento da semana - números coletados às 14:00h desta sexta-feira

O mercado brasileiro teve uma semana negativa, com queda da Bovespa, enquanto o mercado americano apresentou alta, puxado pelas gigantes de tecnologia que seguem capitalizando os avanços da Inteligência Artificial. Apesar do feriado na China, a Bolsa de Xangai encerrou a semana em alta, assim como o EuroStoxx50, índice que reúne as 50 maiores empresas da Europa.


Embora o dólar mantenha sua tendência de desvalorização global, a moeda americana permaneceu estável frente ao real nesta semana.


A taxa do Treasury de 10 anos recuou, refletindo as apostas de que o dado do ADP reforça a expectativa de mais um corte de juros pelo Federal Reserve em outubro. Esse otimismo, no entanto, não se estendeu ao mercado de DI futuro, cuja curva abriu (alta de taxas) em todos os vencimentos até 2030.


O ouro continua em valorização diante das incertezas políticas e fiscais, sobretudo nos Estados Unidos. Analistas, porém, já questionam se a alta de quase 50% apenas neste ano não teria sido exagerada. Já o petróleo registrou forte queda, com o preço do barril antecipando a reunião da OPEP, em que se espera a decisão dos países pelo aumento da produção.


Até a próxima semana!

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