Quem mais demora a fazer uma promessa é quem a cumpre mais rigorosamente.
Jean-Jacques Rousseau
Brasil
A semana iniciou com perdas nos ativos brasileiros devido a preocupações dos investidores com a situação fiscal do país. No decorrer dos dias, o cenário no Brasil se inverteu: o Ibovespa subiu, enquanto o dólar e os juros futuros caíram.
Nos indicadores econômicos, a economia brasileira permanece aquecida, reforçando expectativas de novos aumentos de juros pelo Banco Central. O IBGE reportou uma deflação de 0,02% em agosto, reduzindo a inflação acumulada em 12 meses de 4,50% para 4,24%. As vendas no varejo em julho cresceram 0,6% em relação ao mês anterior e 4,4% comparado a julho de 2023, superando levemente as expectativas.
O Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) de 2025 gerou desconfiança dos investidores, com projeções consideradas excessivamente otimistas. Mesmo com a margem de tolerância de 0,25% do PIB, a equipe econômica mantém a previsão de que a meta de déficit zero será alcançada.
EUA
Nos Estados Unidos, após uma queda acentuada na semana passada devido ao temor de recessão, o otimismo retornou ao mercado. O S&P 500 avançou 4,1%, acumulando uma alta de 18% no ano, e o preço do ouro subiu 3,4% na semana. O rendimento do Treasury de 10 anos caiu para 3,65%.
A inflação nos EUA, no entanto, continua sendo uma preocupação. O Índice de Preços ao Consumidor (CPI) acumulado em 12 meses subiu para 3,7% em agosto, e o núcleo da inflação registrou 4,3%.
Juros Brasil
O Boletim Focus do Banco Central mostrou que a projeção para a Selic em dezembro subiu de 10,50% para 11,25%. A estimativa para o final de 2025 também foi revisada, de 10,00% para 10,25%. A reunião do Copom na próxima semana é aguardada com expectativa, com parte do mercado esperando uma alta de 0,25%, enquanto outros acreditam na manutenção da taxa após a deflação de agosto.
O único ponto de consenso no mercado é que a Selic deve subir até dezembro, se aproximando de 12%. A dúvida recai sobre o ritmo dessas elevações, especialmente com a inflação ainda pressionada pela atividade econômica aquecida.
Juros EUA
A maioria dos analistas acredita que o Fed manterá as taxas de juros inalteradas após a inflação dos EUA mostrar persistência. O mercado espera que o Fed Funds Rate permaneça entre 5,25% e 5,50%. Na próxima semana, os comunicados pós-decisão serão acompanhados de perto, com o mercado buscando sinais sobre os próximos passos da política monetária.
Mercados Globais
O mercado de commodities foi impulsionado pelo anúncio da China de que reduzirá as taxas de juros sobre hipotecas em breve, buscando estimular o setor imobiliário. O Banco Central Europeu (BCE) elevou sua taxa básica de juros para 4,00%, continuando o aperto monetário para combater a inflação elevada na zona do euro.
O Ibovespa deve encerrar a semana com uma leve alta de 0,2%, enquanto o dólar recua 0,7%, cotado a R$ 5,56.
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